O
post de hoje é muito especial, vou dedicar esse espaço ao aniversário do meu
querido município: Dores de Campos - MG! Hoje esse pedacinho de terra de 125km²
completa 74 anos de emancipação!
Pra
ilustrar esse momento vou postar uma parte do capítulo 6 da minha monografia
(que fiz como parte do trabalho final de curso na graduação) onde conto um
pouco da história da formação do município.
Dores
de Campos – MG – Aspectos Históricos
Entre
os séculos XVII e XVIII, os Bandeirantes passaram pelas terras onde hoje se
localiza o município de Dores de Campos em busca de ouro, não o encontrando ali
se deslocaram para outras regiões próximas, o que resultou com a fundação de
Prados, Tiradentes e São João Del Rei.
No
início do século XIX, visando a exploração da agropecuária, Bernardo Francisco
da Silva adquiriu uma grande extensão das terras às margens do “Ribeirão do
Patusca” (local onde hoje se encontra Dores de Campos) e assim fundou o povoado
do Patusca[1].
O
Ribeirão do Patusca é assim denominado devido a um senhor de origem portuguesa
que nos anos de 1830 tinha uma pousada em sua margem, a uma distância de
aproximadamente 4 km do povoado. A pousada abrigava os viajantes vindos de
lugares distantes que passavam por ali (tropeiros) e com os quais o português
comercializava produtos e cultivava uma animada relação, fazendo festejos com
frequência. Devido a esse gênio brincalhão o português foi apelidado de
“Patusca” pelos tropeiros, o que originou o nome do curso d’água que passava
por sua pousada e pelo povoado.
O
fundador do povoado, Bernardo Francisco da Silva, teve filhos e estes se
casaram e construíram suas casas ali, eram quatro casas de pau-a-pique que
iniciavam o crescimento da localidade. Com estas cinco famílias e mais as
pessoas que por ali passavam e permaneciam, ocorreu o aumento do número de
residências e o local passou a se chamar Vilarejo do Patusca.
A
região onde se localizava o Vilarejo do Patusca pertencia ao Município de
Tiradentes, mas com a construção de uma igreja devotada a Nossa Senhora das
Dores, foi criado o “Distrito de Dores do Patusca” e através do decreto n° 14,
de 15 de abril de 1890, sendo o então governador de Minas Gerais, João Pinheiro
da Silva, foi desmembrado o Distrito do Patusca do Município de Tiradentes e
integrado ao Município de Prados.
Vista parcial do Vilarejo do Patusca na década de 1870. Fonte: Acervo de Ilacir Rodrigues. Disponível em:<http://www.panoramio.com/photo/23551017> |
Um
senhor chamado José Justino da Silva era proprietário de uma grande extensão de
terras no Distrito e ao ver que muitas casas estavam sendo construídas passou a
doar lotes em benefício do desenvolvimento local. A maioria das casas
construídas naquela época se ergueu em lotes cedidos gratuitamente. Quando em
maio de 1899, José Justino da Silva faleceu, sua viúva e herdeira fez doação de
todo o terreno ainda vago para a paróquia, que passou a vender ou aforar os
lotes.
O
Distrito se desenvolvia e alguns moradores se esforçavam para melhorar a
qualidade de vida da população. Destaca-se a atuação de Randolfo Teixeira de
Carvalho que obteve para o Distrito: a criação da Agência do Correio em 1890; a
criação das duas primeiras escolas, uma para o sexo masculino (1880) e outra
para o sexo feminino (1890); e água potável canalizada (1899).
Em
1912 a população decidiu construir uma capela para homenagear a Nossa Senhora
do Rosário, que foi erguida também através da ajuda de toda a população. No ano
de 1925 foi finalizada a construção da matriz. Sua torre foi
erguida com 25 metros de altura. Naquele mesmo ano foram feitos os detalhes de arcos
na entrada principal da igreja, nas entradas laterais, na janela do coro e na
torre do sino. Para coroar a torre, um senhor, natural do povoado e carpinteiro,
voluntariou-se para confeccionar a cruz, que foi colocada por ele mesmo no alto
da torre.
Rua Vicente Silveira na década de 1930. Fonte: Acervo de Ilacir Rodrigues. |
Vista parcial do centro de Dores de Campos no ano de 2010. Fonte: Acervo de Ilacir Rodrigues. Disponível em: <http://panoramio.com/photo/28786563> |
Em 17
de dezembro de 1938, o Governador Benedito Valadares, através do Decreto-Lei n°
148, criou o município de Dores de Campos, constituído pelos distritos de Dores
de Campos e de Barroso. No entanto, no ano de 1954, Barroso se emancipou.
Nos
dias atuais o município ainda tem muito de sua atividade econômica
ligada à produção de artefatos de couro, o que promove a sua interação com os
municípios vizinhos. Ressalta-se também que o caráter festivo ainda é expresso
nas manifestações culturais realizadas pela população.
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Parabéns Dores de Campos!!!
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